Canjica ou curau?

A Kênia comentou um trem deverasmente interessante e que, pra variar, eu não sabia: o “nosso” curau aqui dos interior de SP é conhecido pelo nome de canjica lá nos Recife e redondeza! Pra mim canjica é outra coisa, é arroz doce sem arroz feito com aquele milho branco [prefiro com arroz]. Lá em cima, canjica é creme doce de milho verde.

Curau o Sêo Elói faz, eu não passo aperreio por falta. Geralmente, quando ele faz curau tem bolo de milho verde caus que aproveita o bagaço. Eu gosto dele quente , mas não rejeito gelado. O carro da pamonha oferece curau também, só que eu nunca provei.

Olhaí, freguesia, está passando na sua rua o carro da pamonha. Pamonha fresquinha, pamonha caseira, é o puro creme do milho verde. Temos curau e pamonha. Venha provar, minha senhora, é uma delícia. Pamonhas, pamonhas, pamonhas.

Agora ficou-se-me uma dúvida, Kê: e o que nós chamamos de canjica aqui, como se chama aí? Eu já sei que o que a gente chama de paçoca aqui não é doce de minduim moído aí…

Isso me lembra uma vez, quando ainda jogava no QuizNet, que uma das minhas sisters ficou brava comigo comigo porque eu disse pra ela parar de bufar. Mal sabia eu que, se bufar em SP significa expirar com força pelo nariz para exprimir raiva ou impaciência, no MA significa soltar o ar pelo outro lado, o de baixo.

LOL! Gafes regionais.

Crédito da imagem: Rainhas do Lar

13 comentários sobre “Canjica ou curau?

  1. É, tua canjica prá gente é munguzá. Delicioso.

    A paçoca daqui é uma farofa de carne bem moidinha e sequinha. Eu adoro. Mas tb tem se vende a paçoquinha, aquela de amendoim moído, industrializada.

  2. Mulher, como estou chique encabeçando seu post. 🙂
    Olha, a sua canjica, como explicou Sweet, aqui é chamada de munguzá.
    Já a paçoca é um prato com carne, farinha de mandioca e temperos, mas isso é mais pra riba, tipo no RN e adjacências. Aqui nos Arrecifes, paçoca é também doce de amendoim.

    Beijos regionais, que são todos iguais (mas não muito porque paulistano da um beijinho só e nós, dois:))

    • Kenia,
      Eu sou de São Paulo mas moro no Rio a um tempão. Lá no interior de São Paulo, também temos uma paçoca salgada feita com uma mistura de carne de vaca e de porco, temperos e farinha de milho (não é fubá!), socada no pilão. É uma delícia comida com banana. A farinha de pilão do RN chega perto. Pena que cada vez menos usem o pilão por lá. Fazem na máquina de moer carne, e o resultado fica longe de ser o mesmo!
      Quanto aos beijos eu acho muito extranho que os paulistanos, hoje, só dêem um beijinho. Quando eu morava lá davamos três. Será que os paulistas tão afrouxando?

  3. bão, batatinha, em recife é assim:

    canjica: creme firme de milho, servida fria, com canela
    mugunzá: mingauzão de milho, com os grãos e algum caldo, pode ser doce ou salgado
    pé de moleque, que não entrou na história: bolo com castanha de caju

  4. Naomi, tô vendo que as meninas do Recife estão aqui – né? Eu sou carioca, vivendo em São Paulo 20 dias por mês e os outros 10 vou
    ao Rio e ao interior. Minha mãe é cearense, do interior de
    ascendência portuguesa; meu pai é cearense e filho de sírios.

    Ufa!

    Mamãe chama a canjica (vide foto) de munguzá; o curau de curau mesmo; a paçoca é aquela salgada e feita no pilão; o cuscuz é de milho e feito na cuscuzeira, meu pai come com leite quente. No Rio cuscuz é feito de farinha de tapioca (ou biju) com açucar e coco ralado.

  5. Olha, nãé por nada não, mas aqui no interior de SP as duas oisas são totalmente diferentes!
    Existe o purê de milho cozido com mais ingredientesque é o CURAU, e existe o milho para canjica branco cozido com ingredientes que é chamado simplesmente de…. CANJICA!

  6. Todo mundo tá esquecendo da canjiquinha de Minas Gerais, salgada, feita com quirera (aquele milho quebradinho que se dá para as galinhas e passarinhos), costelinha de porco, lingüiça e temperos (cebola, alho, cheiros, etc). É muiiiiiiiiiiiiiito bão!!!!!
    No interior de São Paulo tem o mingau de milho verde, com frango caipira e cambuquira (para quem não sabe, os brotos do pé de abobora). É uma delícia. Acho que Deus come esse prato quando está reunido com a santíssima trindade!!!

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