Desafio Literário | Tai-Pan

Capas dos livros

Capas dos dois volumes

Sinopse
Hong Kong, 1841. Os ingleses tomam posse da ilha; a luta pela supremacia do poder econômico – ser “o” Tai Pan, o comerciante mais importante – inicia-se. Entre mortes, amores, estratégias e alianças, o poder de Dirk Struan firma-se.

Taipan, tai-pan ou taepan em chinês significa “empresário estrangeiro”, mas não qualquer empresário. O termo é reservado para o figurão, o manda-chuva. Na China de 1841 o Tai-pan é Dirk Struan, dono de uma frota de navios que transportava ópio na complexa rede política-comercial entre a China e a Inglaterra.

A leitura demora um pouco a engrenar no início por causa do grande número de personagens que é apresentado logo no primeiro capítulo em meio às explicações sobre o comércio regular e tráfico de drogas, a política complicada pelo resistência chinesa contra os estrangeiros e às divagações íntimas do personagem principal [sim, tudo isso no primeiro capítulo!], mas depois de compreender e vencer essa fase o ritmo melhora.

Dirk Struan é um personagem que aqui no interior se diz que “não dá ponto sem nó”. Ele tem um objetivo, fundar a Casa Nobre em Hong Kong, o território que ele acabou de conquistar da China para o Império Britânico, e perpetuar sua dinastia como Tai-Pan. Ele opera a maior frota de navios de ópio, tem influência sobre o Vice-Rei inglês da região, conhece os misteriosos modos de pensar e a cultura dos chineses.

Suas táticas chocam o filho, único sobrevivente da peste [ou praga] europeia, mas acabam por revelar sua capacidade de observação, manipulação e política para alcançar os objetivos, deixando os oponentes sem ação. De certa forma, me fez entender o motivo do autor ter em sua bibliografia a tradução e adaptação de A Arte da Guerra [Sun Tzu]: ele usou seus preceitos neste romance.

Cena do filme (sim, é a Kyra Sedgwick)

Este é o segundo livro do autor James Clavell que compõe a série Saga Asiática: o primeiro é Changi [ambientado no Japão], seguido de Tai-Pan [Hong Kong], Xogum [Japão], A Casa Nobre [Hong Kong], Turbilhão [Irã] e Gai-Jin [Japão], todos traduzidos no Brasil.

Tai-Pan foi adaptado para o cinema em 1986, mas recebeu críticas negativas em sua maioria e duas indicações para o Framboesa de Ouro [que “premia” os piores do cinema], ambas para a atriz estreante Joan Chen [a Jocelyn Packard da série Twin Peaks]. O diretor Dary Duke creditou o mal-desenvolvimento da trama ao pouco tempo disponível num filme, ao contrário da adaptação de Xogum que teve mais tempo em formato de minissérie.

V. o trailer no Zimbio, não consegui incorporar o vídeo no post.

James Clavell nasceu na Austrália em 1924 e alistou-se para combater pela artilharia real britânica na Segunda Guerra Mundial em 1940. Ferido em combate, foi aprisionado pelos japoneses e encarcerado na prisão de Changi, em Cingapura – seu primeiro romance da Saga Asiática é semi-ficcional, semi-autobiográfico. Ele emigrou para os EUA, naturalizou-se norte-americano e tornou-se roteirista de cinema em Hollywood; trêss de seus roteiros são dos filmes Fugindo do Inferno, Watusi e Ao Mestre Com Carinho. Clavell faleceu em 1994 na Suíça.


Nota: 4

(de 1 a 5, sendo: 1 – Péssimo; 2 – Ruim; 3 – Regular; 4 – Bom; 5 – Excelente)

Este post faz parte da blogagem coletiva Desafio Literário 2010 [v. lista de livros agendados], tema Romance Histórico.

Blog do Desafio Literário

Título: Tai-Pan
Título original: Tai-Pan [EUA/1966]
Autor: James Clavell
Tradução: Sônia Coutinho
Coleção: Best Of The Best
Editora: Record
Ano: n/d [mas é da década de 1980, disso eu lembro]
Páginas: 739

22 comentários sobre “Desafio Literário | Tai-Pan

  1. Pingback: Blogagem Coletiva | Desafio Literário 2010 « Pensamentos de Uma Batata Transgênica

  2. Fiquei curiosa para ler esse agora. Interesso-me pela história asiática; apesar de gostar imensamente de História, não lembro de muitos livros que tenha lido sobre o Oriente – o que é uma vergonha. Preciso dar um jeito nisso…

    Coloquei Tai-Pan na minha lista. 😉

  3. Já li Xogum, Tai Pan e Casa Nobre.
    Xogum é o melhor e na cronologia é o primeiro.
    Todos tem muitos personagens e tramas, mas Casa Nobre chega a ser um pouco cansativo de tanta gente e trama paralela. Mas gostei de todos. O autor cita outros livros e personagens de outros livros o que faz você ter vontade de ler todos. Quero ler Turbilhão e Gai-Jin.
    Achei que a descrição dele sobre o pensamento chinês e asiático bateu certinho com os chineses que trabalhei, é muito interessante!

  4. Já li o Tai-pan, não sei quantas vezes, e neste momento estou a ler de novo. Também já vi o filme, mas não comprei, estou agora tentando encontrar em DVD.
    Mas tenho uma duvida, aqui fala em dois volumes, o que eu li é só um, será que é difrente?
    Eu só hoje vi este site, achei muito interessante, mas tenho a sensação que estou for do time. Em relação ao Tai-Pan.
    Se alguem responder fico muito contente.

  5. Pingback: Retrospectiva Literária 2010, Top 5, Bottom 3 « Pensamentos de Uma Batata Transgênica

  6. Acabei de ler Tai-pan. Achei uma estoria fascinante, que mescla a rivalidade entre Struan e Brock, alem da lendaria amante de Dirk Struan, May-may. É uma pena que no final Struan e May- may morrem. Espero poder ler a série inteira de James Clavell.

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