Ajuda dos universitários | Ritos fúnebres alimentares em diferentes culturas

Este é o meu tópico de interesse, atualmente: como cada cultura trata os ritos fúnebres, mas especificamente por parte dos que estão vivos. Me interessa mais o que se serve no serviço fúnebre para aqueles que foram despedir-se do morto do que a comida colocada no túmulo do morto.

Por exemplo, eu não sabia que o primeiro alimento servido no funeral judaico é o ovo cozido; ou que deve evitar-se refeições de sete pratos na China se não for um velório; etc. No Brasil sei que é costume “beber o morto”, e sei que espetar o hashi na tigela de arroz só é aceitável em situação de luto.

Se você souber de sites que expliquem outros rituais alimentares em velórios e funerais me indique nos comentários, por favor?

[E em um livro da Agatha Christie ela disse que o rosbife é a carne dos funerais.]

Regular Ordinary Swedish Meal Time | Cozinhando à moda viking

Swedish Chef, Vila Sésamo (Muppets)

Um grupo de amigos, colegas de universidade na Suécia, encontra-se de bobeira um dia no apartamento de um deles. Bate a fome. Alguém sugere espaguete a bolonhesa. Outro liga a câmera. Em 6 de janeiro de 2011 surge o primeiro vídeo do ROSMT, o Spaghetti Explosion.

Com trilha sonora épica e uma atitude, errr… macha, os caras se inspiraram no canadense Epic Meal Time para criar essa série culinária. Só não me pergunte quem limpa a bagunça depois. 😉

Eles têm um canal no Youtube, no iTunes, no Android Market, perfis no Facebook e no Twitter.

Inseri só três vídeos no post [são mais de vinte]; nenhum tem legenda, mas eles falam um Swenglish que dá pra entender quase tudo. Dá pra entender melhor que o Swedish Chef, pelo menos!

Regular Ordinary Swedish Meal Time – Spaghetti Explosion

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#RW2011 Um brinde [ou dois]

Publicado originalmente no TeleSéries.

Este é um post companion à review de Tati Leite para o episódio Earthquake [S02E03] de Modernn Family.

Mitchell: Não consigo acreditar que já saiu com ele.
Cameron: Foi um encontro. Eram os anos 90, tínhamos acabado de perder a Princesa Diana. Eu estava à deriva!

Oh, eu entendo o que você quer dizer, Cam. Nós meio que somos órfãos da Princesa Diana, mesmo que ela não fosse tecnicamente mais princesa na época em que morreu. Lembro do dia em que ela se casou, a cerimônia transmitida pela TV, os nascimentos dos filhos, os problemas e, por fim, a musiquinha do plantão do Jornal Nacional…

*Enxuga uma lagriminha.*

Mas anime-se, em breve um dos meninos dela estará se casando! [No dia do meu aniversário, inda por cima.]  Com alguma sorte ainda veremos William ser coroado rei! Essas ocasiões podem servir de desculpa para outras escorregadas sentimentais, não?

Falando sério, adorei ver a participação especial de Nathan Lane nesse episódio porque adoro a dinâmica Gaiola das Loucas entre Cameron e Mitchell – e Nathan Lane participou do remake norte-americano deste filme interpretando justamente o equivalente do Cam no casal, contracenando com Robin Williams.

Cameron: Não precisava deixar a sua festa para ver como estávamos. A propósito, linda fantasia.
Pepper: Esta não é a minha fantasia, só vesti isso pra ajudar vocês a limpar a casa.
Cameron: Bem, sobre a sua festa…
Pepper: Não se preocupe por não ir. Pelo menos vocês têm uma desculpa, ao contrário de Stephen e Stefan. Disseram que estavam gripados, mas acabei de vê-los andando de bicicleta.
Mitchell: Oh, Pepper, isso é horrível. Vou te preparar uma bebida.
Pepper: Querido, não quero dar trabalho. Quero apenas um Kir Royal.

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Lei de Murphy do espaguete

Em casa nós usamos macarrão da marca Renata faz anos, é um preferido. Hoje o cardápio seria o falso espaguete à bolonhesa do Inspetor Japp [v. TeleSéries], mas o gravata derreteu ao ser colocado na água. 😦

Com o molho pronto e os mercados fechados por conta do feriado, o jeito foi apelar pro espaguete verdadeiro de outra marca que tava sobrando no armário.

Agora dá licença que vou ali, procurar abridor de pote de vidro no Google caus que o molho teve que ficar sem azeitona, hehehe.

Gengibre em conserva na pasta de soja [missozuke]

Aproveitando que é época de gengibre, uma receita de dona mãe que tou devendo pra Adrina há tempos.

Pegue 1 kg de gengibre novo [os mais maduros são duros e fibrosos] e descasque raspando a pele ao invés de arrancar nacos. Esfregue-os bem com 3/4 xícara [chá] de sal e 1/2 xícara de açúcar. Coloque numa tigela funda, encaixe um prato em cima e coloque um peso sobre o prato, de modo que ele pressione o gengibre.

Já vi um utensílio especial numa loja de produtos japoneses pra fazer isso, mas nunca mais achei o link. Devia ter comprado na época, nhé. Dona mãe usa um cubo de granito de uns 5 kg que acompanha a gente desque morávamos em Olímpia, mas serve uma garrafa pet cheia de água ou outra coisa pesada.

Deixe desidratando durante a noite, escorra toda a água que liberou, enxugue com um pano de prato e disponha o gengibre numa camada única em uma superfície forrada com pano de prato ao sol, virando para secar bem de todos os lados.

Essa etapa da desidratação é muito importante, não pule.

Numa tigela ou pote com tampa hermética misture 1 kg de pasta de soja [missô] com 1  1/4 xícara [chá] de açúcar e 3/4 xícara de cachaça, pinga, aguardente, caninha. Dependendo da marca e do tipo de missô pode-se ajustar as medidas, essa é a proporção básica. A aparência da pasta não fica convidativa, mas o sabor compensa.

Mergulhe o gengibre de forma que ele fique completamente envolto pela pasta de soja e feche o pote. Deixe curtindo por pelo menos duas semanas antes de consumir. Retire a quantidade desejada, raspe a pasta e coloque-a de volta no pote. Lave o gengibre em água corrente, fatie fininho e mande ver. 😆

Dura uns seis meses ou mais, e você pode fazer também com cenoura, nabo, pepino, melão de são caetano, miyoga, chuchu… Tudo desidratado, crar. O preparado de pasta de soja pode ser reaproveitado durante anos dessa forma.

História e cultura japonesa: tsukemono [NippoBrasil]

Um nascer do sol, um gafanhoto, uma nação libertada e um peito

A atriz Kaley Cuoco, que interpreta a garçonete e aspirante a atriz Penny em The Big Bang Theory, sofreu um acidente em setembro antes de começar a gravara série e está com o pé engessado. Fratura exposta, ui, dá até gastura de pensar. Era um dos momentos em que eu assistia ao E24 de olhos fechados, os de fratura em que o osso perfura a pele.

Kaley declarou em entrevista a Ellen DeGeneres que os produtores decidiram não incluir a perna quebrada na personagem, então Penny passará um tempo servindo bebidas atrás do balcão para disfarçar o gesso e a mobilidade reduzida provisória. Alguém mais lembrou do episódio The Grasshopper Experiment? o/

No oitavo episódio da primeira temporada de TBBT, os pais de Raj, que é indiano e não consegue falar com mulheres [uma coisa não está relacionada à outra], resolvem intermediar um encontro para o filho na esperança de um dia terem netos. Acontece que a garota em questão costumava bater em Raj quando os dois eram crianças e isso piora a timidez dele.

Nesse meio tempo, Penny pede que os quatro cientistas a ajudem a praticar sua habilidade como bartender.

Penny: Aqui está, Leonard, uma Tequila Sunrise.
Leonard: Obrigado! Ora, esta bebida é um exemplo maravilhoso de como líquidos com diferentes gravidades específicas interagem em um contêiner cilíndrico. [percebe que está falando demais] Obrigado.

A Tequila Sunrise foi criada nos anos 1940 ou 1950 por Gene Sulit em Phoenix, Arizona/EUA, e tem esse nome porque [1] leva tequila e [2] as bebidas de densidades diferentes criam um efeito que lembra as cores do nascer-do-sol [“sunrise”]. A receita original leva tequila, licor creme de cassis, suco de limão e água com gás. A versão popular – e a que aparentemente é a usada pela Penny – leva tequila, suco de laranja e Grenadine [licor de romã]. Tanto o creme de cassis quanto a Grenadine são espessos, vermelho escuro e doce – como o xarope de groselha de boa qualidade.

A receita: Tequila Sunrise
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Espaguete à Bolonhesa do Inspetor-Chefe Japp

Publicado originalmente no TeleSéries.

Philip Jackson em O Assassinato de Roger Ackroyd

Philip Jackson em O Assassinato de Roger Ackroyd (2000)

Inspetor-Chefe James Japp: Não tem nada para comer aqui, Poirot! É tudo macarrone isso, ravióli aquilo… Não tem carne?
Hercule Poirot: Espaguete à Bolonhesa tem carne.
Inspetor-Chefe James Japp: Não gosto de espaguete.

Hercule Poirot, o detetive belga criado por Agatha Christie, é um apreciador da haute cuisine. Na verdade, Poirot é um hedonista [ou seria um epicurista? deixo a questão para os filósofos]. Tanto nos livros quando na série de TV britânica estrelada por David Suchet, os momentos de humor costumam envolver o relacionamento do detetive com a culinária.

Seu associado Capitão Arthur Hastings aprecia tanto os elaborados pratos franceses quanto a tradicional culinária inglesa – embora prefira o café da manhã britânico ao continental. A secretária Miss Felicity Lemon é partidária das refeições saudáveis, magras e sem sabor, mas a vítima preferencial de Poirot na série é o Inspetor-Chefe da Scotland Yard Jimmy Japp. Inglês até os ossos, sua ideia de uma boa refeição inclui carne, gordura e sangue – uma linguiça ou black pudding [parente do chouriço e da morcela].

No episódio The Murder of Roger Acroyd [temporada 7, episódio 1, exibido em 2 de janeiro de 2000], Japp comenta com Poirot que, se herdasse a quantia de dinheiro que a vítima deixou em testamento para o beneficiário, aposentaria-se e viveria no sul da França. O detetive responde: “Non, non, mon ami. Você não toleraria a comida.”

Pelo que vemos no diálogo que abre este post, Japp não é grande fã da cozinha italiana tampouco. Bom, eu sou. Verdade que não tanto do espaguete, entretanto… Prefiro talharim, penne, parafuso e gravata. Então, aqui vai a minha versão de Espaguete à Bolonhesa – sem espaguete e sem carne moída.

Espaguete à Bolonhesa do Inspetor-Chefe Japp

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Desafio de Férias 2010/2011 | Nanny Ogg’s Cookbook

INCLUDING RECIPES, ITEMS of Antiquarian Lore, Improving Observations of Life, Good Advice for Young People on the Threshold of the Adventure That is Marriage, Notes on Etiquette & Many Other Helpful Observations that will Not Offend the Most Delicate Sensibilities.

Capa

Pense numa pessoa que chegou a ficar com soluço de tanto rir ao ler um livro. Mais ainda, um livro de receitas!

Agora pense numa pessoa inchada de orgulho ao perceber que tenta descrever receitas no mesmo estilo da Tia Ogg de Terry Pratchett e você chegará à mesma pessoa: Titia Batata.

Gytha Ogg é uma das bruxas de Lancre, reino localizado nas montanhas Ramtops no Discworld. Ela representa a face da Mãe* no coven que inclui Esmerelda Weatherwax e Magrat Garlick – se bem que Magrat Spoiler –> tirou um sabático pra ser rainha <– Fim do spoiler. Este livro foi escrito depois dos eventos de Lords and Ladies. Na verdade, Nanny Ogg’s Cookbook é posterior a Maskerade, que inda não li.

* Além de Mãe, Tia Ogg também é Sogra. 😉

O livro reúne algumas receitas mencionadas nos livros regulares da série Discworld, como a sopa primordial [A Cor da Magia], o molho Wow-Wow [O Senhor da Foice], o gumbo clarividente da Senhora Gogol [Quando as Bruxas Viajam], o pão com água de Lord Vetinari [Guardas! Guardas!] e receitas que não foram mencionadas, como as da Sargento Angua, de Lady Sybill Vimes [kedgeree, que aproveitarei numa próxima coluna do TeleSéries], etc., comentadas por Tia Ogg.

Todas são exequíveis e comestíveis, graças ao trabalho dos editores. Eles retiraram os ingredientes potencialmente perigosos [baiacu, arsênico, sapo desidratado], afinal não é boa propaganda se as pessoas começam a morrer depois de provar suas receitas. Além disso, pessoas mortas não costumam comprar mais livros.

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Ajuda dos universitários | Episódio de Natal

Glu-glu-glu

Preciso de umas dicas do pessoal que assiste séries. Eu escrevo uma coluna devezenquandal lá no TeleSéries sobre comidinhas e bebidinhas que aparecem nos episódios, cê já viu?

 

Apois, para este final de ano teremos duas edições temáticas, uma pro Thanksgiving [que será publicada na próxima semana] e uma pro Natal. A do Dia de Ação de Graças tá pronta na caixa do editor Paulo, é claro, mas tou quebrando a cabeça pra lembrar de algum episódio de natal, olha que bizarro.

Para aumentar o desafio, tem que ser de uma série que não seja True Blood, Poirot, The Big Bang Theory, Friends, NCIS, House, Modern Family, Gilmore Girls, Castle e Marple, caus que esses já foram ou serão usados. Óbvio que, mais dia, menos dia, terei de repetir séries, mas por enquanto queria evitar isso.

Fui assistir ao ep The Strike [s09e10], aquele do Festivus em Seinfeld. O que apareceu foi canapés, bagel, sopa e bolo de carne, nada muito típico…

E aê, tem alguma sugestão?