Domingueiras antecipadas | Feliz Kwanzaa

O blog Pensamentos de Uma Batata Transgênica entrará em recesso parlamentar férias até um dia qualquer do ano que vem. Até lá, feliz natal, kwanzaa, ano-novo, oshogatsu – e cuidado pra não engasgar com o mochi, hein?

Kotoshi mo kenkou de iraremasu youni!

Os cem autores quem venderam mais livros na década, em volume e em grana, na lista do The Guardian: Rowling, Pratchett, Tolkien, Philip Pullman, Dickens, Tio Shakes, Paulo Coelho…

Os campeões de venda nas vending machines de livros no metrô são Sherlock Holmes, Nietzche e Dom Casmurro. Brasileiro não gosta de ler, né? Só lê autoajuda, né?

“Meu melhor livro do ano” da Cristine Martin, da Deh Capella e os livros lidos da Karine Marselle.

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Feliz Solstício de Verão!

O inverno lá em cima é o verão cá embaixo

O inverno lá em cima é o verão cá embaixo

Antigos povos agrários, situados na Europa dos primeiros séculos anteriores ao ano um, entravam em festa com o solstício de inverno. Na astronomia, o solstício de inverno acontece quando um dos pólos da Terra alcança o ponto mais afastado do Sol. Em decorrência disso, ocorrem fenômenos da natureza bastante perceptíveis como noites mais longas do que os dias, e a mudança da posição solar no céu terrestre. As sociedades agrárias, que se norteavam pelo ciclo da natureza, iniciavam as celebrações em torno de 22 de dezembro, quando se dá o solstício no Hemisfério Norte. [Circe Bonatelli in Espaço Aberto USP #74]

Segundo o Ivan, o solstício de verão acontece hoje às 15h50 já considerando o horário de verão [e a gente sempre pode contar com um astrólogo pra saber a hora certa dessas coisas]. O solstício é o fenômeno em que o eixo [axis] da Terra muda de inclinação, o que deixa este ou aquele hemisfério mais exposto aos raios solares – a contrário do equinócio que deixa o eixo num ângulo reto em relação ao Sol.

Para entender melhor, vale visitar o hotsite As Estações do Ano do Prof. Renato Las Casas, do Observatório Astronômico da UFMG. Ele ilustra bem o que significa sol a pino, equinócios e solstícios usando apenas um poste em Belo Horizonte/MG.

“A grande curiosidade das festas religiosas no Brasil é que elas seguem o calendário religioso europeu, de um lado, e os ciclos naturais do plantio e da colheita, de outro. Acontece que, como as estações são diferentes nos trópicos e na Europa, ocorrem discrepâncias, como o hábito de associar o branco da neve ao Natal”, explica Tirapeli. [Renata Saraiva in Revista FAPESP]

Quanto a mim, não quero nem saber, eu quero é festa. Então, feliz solstício de verão, de inverno, Yule ou Litha!

Posts legais
São João, Natal ou ambos? no blog da Lady Rasta
A origem do Natal no Que Dia É Hoje?
O André Forastieri prometeu um post sobre a origem do natal também. Vale ficar de olho.

Domingueiras

-Feliz Natal! -Feliz Ano Novo! -Beije o meu traseiro.

-Feliz Natal! -Feliz Ano Novo! -Beije o meu traseiro.

Dica para vovós, tios, padrinhos: não presenteie criança pequena com brinquedos que fazem barulho estridente e você poderá contar com a gratidão eterna dos papais e mamães. Telefoninhos sonoros, carrinhos de polícia com sirene, martelos com apito? Dê para os seus próprios filhos.

Dona mãe foi pra Ibitinga ontem comprar toalhas, jogos americanos, trilhos de mesa, bate-mão, essas coisas que formam um kit legal pras amigas. Eu ganhei balas de coco recheadas.

Sei quem me conhece de verdade quando a pessoa diz “é só uma lembrancinha”, e é coisa de comer. 😆

Tou brincando, claro. Ganhei shorts novos.  Espero que a espécie de homem que usa cuecas samba-canção nunca entre em extinção: são as coisas mais confortáveis para usar em casa.

Na minha época era colcha de matelassê, hoje em dia é cobre-leito.

A Cássia matou a charada: a rabanada é de origem portuguesa.

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Safety Dance – Men Without Hats

Capa do single

Capa do single

Eis um videoclipe interessante para quem curte Discworld de Terry Pratchett: no clipe da música Safety Dance, da banda canadense Men Without Hats, aparecem o teatro de marionetes Punch & Judy, o Mastro de Maio [May Pole] e a Dança de Morris.

O vídeo foi gravado na Inglaterra num povoado próximo a Bath e a letra da canção é um protesto contra leões-de-chácara de boates que barravam dançarinos adeptos da New Wave. A dança que eles praticavam era mais vigorosa, individual em vez de aos pares, conhecida como pogoing; a New Wave foi o movimento que sucedeu-se à Era Disco e dançava-se mantendo o tronco rígido e dando saltos. Lembra do pogoball? Dos clipes do Devo e do Oingo Boingo? Apois. Os leões-de-chácara não gostavam disso, achavam que era perigoso e barravam os new wavers.

Por isso que o vocalista Ivan Doroschuk pára ali naquela porteira do vilarejo, no clipe. Bom, essa é uma das alternativas. A outra é que, como uma canção New Wave, eles eram apenas anti-tudo, não-conformistas, essas coisas.

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We didn’t start the fire – Billy Joel

Capa do single
Capa do single

* A redação deste post só foi possível graças a Ivan Freitas. Senquiu!

Visite o site oficial de Ivan Freitas.

Eu costumo prestar atenção nos sinais. Não, não os de trânsito – digo, eu presto atenção nos sinais de trânsito, oras, não me confunda! – quero dizer as coincidências. Tava matutando em procurar clipes do Billy Joel pras Domingueiras porque ouvi Uptown Girl semanas atrás e hoje o Ivan tuitou três versões diferentes de We Didn’t Start the Fire, que eu lóvo.

Sinais.

Mas não vou esperar domingo.

Billy Joel nasceu em 1949, ele faz parte da Geração Baby Boom nascida após o fim da Segunda Guerra Mundial. Os EUA viviam a concretização do american dream nos anos 50-60, mas quando a crise dos costumes surgiu [trazendo junto outras crises relacionadas] os boomers viraram alvo de críticas da geração anterior e da posterior também. O refrão da música é a resposta do roqueiro a essas críticas:

We didn’t start the fire
It was always burning
Since the world’s been turning
We didn’t start the fire
No we didn’t light it
But we tried to fight it

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Wuthering Heights / O Morro dos Ventos Uivantes

Charlotte Riley e Tom Hardy
Charlotte Riley e Tom Hardy

Emily Brontë era filha de um sacerdote. Ela cresceu em um lugar afastado na Inglaterra, não gostava de viajar. Quando saiu de casa, ficou doente. Nunca se casou e morreu aos 30 anos de idade. Publicou um romance, e sob pseudônimo. Uma das obras mais chocantes da literatura inglesa. Quando realizou sua primeira publicação em 1847, criou turbulentos protestos. É conhecido como um dos livros mais ultrajantes já publicados. Um crítico disse que deveria ser queimado. O agitado protesto só ganhou força quando a segunda edição foi publicada e a identidade da autora foi revelada ser a filha de um pastor do oeste de Yorkshire. Como a filha do pastor criou tal ameaça à sociedade civilizada como Heathcliff, um anti-herói impulsionado pela paixão carnal e vinganças? E, ao invés da respeitável heroína da época vitoriana, ela criou uma mulher casada que vagava pelas charnecas de camisola, com desejos pelo seu amante. O público leitor estava escandalizado. Em choque! E o romance nunca deixou de ser publicado: O Morro dos Ventos Uivantes. [Laura Linney, host da versão Masterpiece Classic 2009 em tradução de Dhara Maria e uma pequena revisão minha]

Pôster
Pôster

Eu demorei tanto para assistir a essa versão ITV/PBS que até deu tempo de comprar o DVD da versão MTV e enrolar ambas mais um pouco, mas acabei vendo tudo no fim de semana. A versão da ITV/PBS traz o ator Tom Hardy no papel de Heathcliff e Charlotte Riley no de Cathy. Minha impressão pessoal: Hardy não tem o physique du rôle que imagino para o papel, é muito pálido e de compleição normal. Porém, é o que convenceu melhor no elenco todo, com uma sugestão exata de crueldade e adoração.

Já a Riley foi o oposto: bonita mas com uma ideia de selvageria, pelas fotos parecia a própria Cathy, só que na hora de dar vida à personagem falta exatamente a selvageria, aquilo que liga o par central. O roteirista Peter Bowker e a diretora Coky Giedroyc tentaram uma solução para as idas e vindas no tempo da narrativa colocando as sequências quase que em ordem direta. Foi um tiro, podia dar certo ou não. Na minha impressão pessoal, não deu.

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Crédito de ICMS da Nota Fiscal Paulista pode beneficiar entidades assistenciais

Clique para ampliar

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As entidades paulistas de assistência social sem fins lucrativos já podem receber a doação de documentos fiscais de consumidores que não quiserem informar o CPF na nota e aproveitar os créditos do programa Nota Fiscal Paulista (NFP). Para isso, o consumidor que quiser fazer a doação deve pedir a nota sem o CPF e encaminhá-la para a entidade que quiser beneficiar. Ou então, ele próprio pode cadastrá-la no sistema da NFP em favor da instituição. Elas também poderão participar dos sorteios, concorrendo com os bilhetes gerados por suas próprias compras e pelas notas doadas. [Portal do Governo do Estado de São Paulo]

Lady Murphy trabalha assim: dois dias depois de jogar no lixo todos os cupons fiscais de supermercado, notinhas de loja e etc., descubro que poderia ter depositado numa urna para serem doados a uma entidade assistencial. A urna que esse comerciante deixa lá na farmácia recebe cupons e notas fiscais sem o CPF ou o CNPJ de quem comprou.

Trinta por cento do ICMS cobrado desses cupons e NFs volta para o consumidor se ele cadastrar o CPF/CNPJ lá no site da Receita estadual [eu tenho exatos R$ 8,25 de crédito…] OU pode ser doado para entidades sociais e de saúde, sem fins lucrativos, se não constar CPF/CNPJ.

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Top Olhinhos Puxados Fazível

Tim Kang

Tim Kang

Tim Kang, ator norte-americano de ascendência coreana nascido em 16 de março de 1973. Formado em Ciências Políticas pela Univ. da California – Berkeley [mais um] e com um MFA [Master of Fine Arts] em Harvard. Teve um papel em Rambo 2008 e faz parte do elenco fixo da série The Mentalist. Uma palavra: antebraços.

Domingueiras

A moça que vem ajudar na faxina de primavera está encantada com os gatinhos, porque ela derruba as aranhas de trás dos móveis e eles pegam todas. E, é claro, os gatinhos estão apaixonados por ela por derrubar as aranhas pra eles.

Na minha época era carrinho de fricção, hoje em dia é pullbacks.

Anteriormente publicado como...

Anteriormente publicado como...

Até que demorou.

Agatha Christie publicou Ten Little Niggers na Inglaterra em 1939. Em 1940 o livro foi publicado nos EUA com o título And Then There Were None. A alteração aconteceu por causa da palavra nigger, considerada racista e ofensiva. No Brasil todas as edições basearam-se no título oficial e saíram como O Caso dos Dez Negrinhos até 2008, quando a Editora Globo lançou uma nova tradução do livro, com o título E Não Sobrou Nenhum. A Ilha do Negro também foi substituída pela Ilha do Soldado no texto.

Um dos roteiristas do Maurício de Sousa deve ter lido O Senhor da Foice do Terry Pratchett: tem um quadrinho na Mônica Jovem #15 que é quase igual a uma cena do livro, o Ritual de Ash-Knt.

Por um lado, escola pública de Bauru/SP queima livros clássicos [UOL].

Por outro lado, o Instituto de Defesa do Direito de Defesa arrecada e distribui livros para presídios, cadeias e hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico do Estado de SP [ConJur].

Eu gosto das folhas de alface novinhas, bem tenras, as que ficam no miolo.

O Globo Repórter da semana passada foi [surpresa] alimentação saudável? Dona mãe só ficou sabendo porque encontrou amigas no supermercado, embananadas, procurando “aquela alga pra colocar na sopa de soja”. Wakame, cRaro.

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Skank – Formato Mínimo

Estava a ouvir/assistir o DVD Cosmotron, do Skank, com a legenda ligada e só então me caiu a ficha: cada verso da música Formato Mínimo termina com uma proparoxítona!

[Bom, exceto o último verso, né: rubrica é paroxítona*, vogal tônica é BRI e não RU, mas licença poética serve é pra essas ocasiões.]

Eu gosto do Skank por demais da conta, primeiro por causa do alto astral das canções – mesmo nas canções de protesto – e também por causa das letras, que não são indigentes quanto alguns sucessos atuais, nem tão pseudointelectuais que chegam a ser herméticos.

Formato Mínimo me lembrou de duas coisas: a profa Clara e seu caderninho de ortografia [eu adorava procurar cinquenta proparoxítonas por ano] e Chico Buarque.

Skank – Formato Mínimo

Link http://www.youtube.com/watch?v=nZjhoxmx4ik

Formato Mínimo
Skank
Composição: Samuel Rosa – Rodrigo F. Leão

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